ilha do bororé

Com a construção da Barragem de Pedreira, em 1927, uma grande área começou a ser inundada às margens do Rio Jurubatuba. Formou-se então a Represa Billings, construída para alimentar a usina hidrelétrica de Henry Borden, em Cubatão. A inundação fez com que algumas áreas ficassem isoladas. Uma grande porção de terra às margens do Rio Taquacetuba transformou-se em península. O acesso por terra é ainda possível pelo sul, mas é mais fácil chegar de balsa.

Esse local ficou conhecido como Ilha do Bororé e tem cerca de três mil habitantes. A oeste está o Grajaú e a leste está o município de São Bernardo do Campo, ambos separados da ilha por grandes braços da represa. Ao sul, liga-se com os arredores dos bairros de Parelheiros e Colônia Paulista.

A paisagem é de área rural, com vegetação nativa de mata atlântica, e faz parte da APA Bororé-Colônia. A Ilha do Bororé será atravessada pelo trecho sul do rodoanel, e devemos torcer para que não haja acesso dessa via à Ilha, pois o isolamento garante a tranquilidade e a preservação do local.

O trajeto até a Ilha do Bororé tem aproximadamente 35km contados a partir do bairro de Pinheiros. Até Jurubatuba, é possível seguir uma rota paralela à Marginal Pinheiros por vias seguras. Cruzado o rio, passa por dentro do bairro de Interlagos e depois pelo Grajaú.

O único trecho relativamente complicado é a Faria Lima. Além de o chão ser muito ruim, motoristas de carros e ônibus têm aí um comportamento particularmente agressivo. No centro de Santo Amaro tem muita gente atravessando a rua; os veículos motorizados costumam ficar praticamente imobilizados, e acabam sendo inofensivos. Os arredores da nova ponte Vitorino Goulart da Silva e do autódromo são o trecho mais tranquilo da parte urbana da viagem. A Teotônio Vilela e a Belmira Marin são cheias de veículos motorizados (fumaça!) e eles têm alguma mobilidade, portanto cuidado. Passada a entrada para o bairro de Xangilá, falta só uma longa descida para chegar na balsa: se joga!

Encoste sua bicicleta em uma das laterais da balsa e receba o vento na cara. A travessia é rápida, portanto aproveite. Às vezes tem biscoito de polvilho pra vender dentro da balsa, e nas duas margens tem cerveja em lata. A partir daqui é só sossego. Dentro da ilha, a estrada tem subidas e descidas suaves e é bem tranquila, passa pouco carro. Tem verde por todos os lados e um visual da represa de vez em quando. Tem uma igrejinha, caldo de cana e um lugar que serve comida caseira.

Em vez de voltar pelo Grajaú, você pode seguir até a segunda balsa, que cruza um canal mais largo que o primeiro. Foi o que fiz da primeira vez que fui à Ilha. No meio do canal passa a divisa entre São Paulo e São Bernardo. Depois da segunda balsa a estrada é de terra. A certa altura você passará por baixo da Imigrantes, e existe uma pequena trilha por onde dá para subir até a rodovia. Nesse local você está pouco mais de três quilômetros ao sul do pedágio. Dá para pedalar com relativa tranquilidade pelo acostamento até a divisa entre Diadema e São Paulo (km 12), cruzar a estrada pela passarela e voltar por dentro do Jabaquara.

Detalhe importante: planeje uma refeição decente em algum ponto da viagem, pois voltando pela Imigrantes são praticamente cinco horas de pedal.

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