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Janeiro é época de aumento dos preços das passagens de ônibus, trem e metrô. Com os estudantes de férias, muitos deles viajando, aumentar nesse mês é uma estratégia que dificulta a mobilização, esvaziando os protestos e facilitando a vida dos gestores públicos.

Trata-se de um aprendizado que prefeitura e governo do estado tiraram das manifestações de junho de 2013. Desde então, todos os aumentos aconteceram nos primeiros dias de janeiro: 2015, 2016, 2018, 2019, 2020 e agora, em 2024.

As passagens de trem e metrô passaram de R$ 4,40 para R$ 5,00 no primeiro dia deste mês, um aumento de 13,6%. Como neste ano tem eleições municipais e o prefeito – como é mesmo o nome dele? – está fazendo de tudo para se reeleger, as passagens dos ônibus municipais ainda não tiveram aumento. Este provavelmente estará entre os primeiros atos administrativos de seu novo mandato, caso consiga, em janeiro de 2025.

Foto: divulgação

A polícia tem também aprendido bastante com os protestos. Se não podem evitar que as bicicletadas aconteçam, cada vez mais os policiais têm conseguido controlá-las.

De uns anos para cá até a Pedalada Pelada tem contado com escolta. Ao mesmo tempo em que um forte esquema policial abre caminho e protege os manifestantes peladões das investidas dos motoristas inconformados – até mesmo fazer a rolha nas vias transversais tornou-se desnecessário –, essa tática deixa o grupo totalmente contido.

Muitos participantes aparentemente acham isso reconfortante e seguro. Acabam baixando a guarda e agindo como quem está num passeio refrescante, não em um ato político. Enquanto isso, a polícia obtém total controle sobre o trajeto da bicicletada e, quando acha que deu, consegue desmobilizar a manifestação com um estalar de dedos.

É natural que atores de campos opostos numa disputa aprendam, um com o outro, conforme transcorrem as batalhas. Nossos adversários vêm aperfeiçoando bastante seus métodos. Será que nós também?

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