Os automóveis elétricos chegarão mais cedo ou mais tarde, e a tendência é que eles substituam a frota de veículos movidos a combustível. Muitas pessoas estão vendo nisso a grande salvação para a mobilidade urbana, pois acreditam que os carros elétricos vão eliminar os males causados pelos carros com motor de combustão.
Para sistematizar um assunto e facilitar sua compreensão, tabelas e listas comparativas são recursos bastante didáticos. O próximo passo seria desenhar, mas vou assumir que por enquanto isso é desnecessário.
Segue então uma breve lista para ajudar a avaliar até onde vai essa melhoria.
males dos automóveis com motor de combustão
- Produzem gases tóxicos, material particulado e mau cheiro.
- Fazem muito barulho.
- Alimentam a demanda por petróleo, que motiva guerras e intervencionismo na disputa pelas jazidas.
- Provocam grandes catástrofes humanas e ambientais, decorrentes do derramamento de petróleo nos oceanos, vazamento de oleodutos e tanques de gás, explosão de refinarias.
- Têm alto poder de letalidade em atropelamentos e colisões.
- São usados para intimidar os outros na disputa por espaço nas vias.
- Favorecem o espalhamento das cidades, a gentrificação e o afastamento entre a maioria das pessoas e os serviços disponíveis, comprometendo de forma ampla o direito à cidade.
- Oferecem uma proteção visual ao motorista, facilitando ainda mais a adoção de comportamentos agressivos, incivilizados e antissociais.
- Isolam as pessoas umas das outras, afetando o convívio social, destruindo comunidades e contribuindo com a epidemia de distúrbios psiquiátricos.
- Geram demanda por vagas de estacionamento em locais públicos e privados, fazendo com que um espaço precioso seja retirado das pessoas e reservado para máquinas ficarem paradas.
- Produzem um padrão de convivência em que os outros tendem a ser vistos como obstáculos ou como rivais na disputa por um espaço altamente escasso.
- Modificam sensivelmente a paisagem urbana, que fica entulhada desses objetos de metal e vidro opaco quando poderia ser dominada por árvores, pessoas conversando, crianças brincando, obras arquitetônicas, arte urbana, paisagismo, montanhas, horizonte de vida.
- Ao proporcionar deslocamentos com pouco esforço e muitos privilégios, estimulam comportamentos infantis, típicos de crianças mimadas.
- Favorecem o sedentarismo, aumentam a preguiça, a obesidade e a incidência de doenças cardíacas e distúrbios do aparelho digestivo.
- Dispondo de equipamentos que podem ser usados para agredir, estimulam a intolerância e promovem uma lógica egocêntrica de ocupação do espaço comum.
- Contando com fortes incentivos e subsídios públicos, colaboram para a perda da prática de caminhar, provocando a desertificação das ruas e consequente aumento da sensação de insegurança, o que naturalmente alimenta a indústria do medo, para a alegria de uns poucos.
- Pelos mesmos motivos, com as caminhadas cada vez mais raras, comprometem o acesso a pequenos comércios e serviços locais, provocando o desaparecimento desse tipo de atividade econômica e a migração dessa demanda para grandes empreendimentos comerciais, para a alegria de uns mais poucos ainda, aumentando a desigualdade econômica e social.
Acho que está bom, né? Esta lista está longe de ser exaustiva, pois isto aqui não é nenhum doutorado. E eu imagino que você esteja curioso para ver logo a lista de males dos automóveis com motor elétrico, afinal ela deve ser bem menor. Passemos a ela.
Como em uma versão textual do Jogo dos Sete Erros, observe atentamente e procure encontrar as diferenças, que talvez nem cheguem a sete…
males dos automóveis com motor elétrico
- Produzem gases tóxicos, material particulado e mau cheiro. [ELIMINADO]
- Fazem muito barulho. [ELIMINADO]
- Alimentam a demanda por lítio, componente essencial das baterias elétricas, o que certamente motivará guerras e intervencionismo na disputa pelas jazidas.
- Provocarão grandes catástrofes humanas e ambientais, decorrentes do descarte massivo de lítio e outros componentes das baterias elétricas.
- Têm alto poder de letalidade em atropelamentos e colisões.
- São usados para intimidar os outros na disputa por espaço nas vias.
- Favorecem o espalhamento das cidades, a gentrificação e o afastamento entre a maioria das pessoas e os serviços disponíveis, comprometendo de forma ampla o direito à cidade.
- Oferecem uma proteção visual ao motorista, facilitando ainda mais a adoção de comportamentos agressivos, incivilizados e antissociais.
- Isolam as pessoas umas das outras, afetando o convívio social, destruindo comunidades e contribuindo com a epidemia de distúrbios psiquiátricos.
- Geram demanda por vagas de estacionamento em locais públicos e privados, fazendo com que um espaço precioso seja retirado das pessoas e reservado para máquinas ficarem paradas.
- Produzem um padrão de convivência em que os outros tendem a ser vistos como obstáculos ou como rivais na disputa por um espaço altamente escasso.
- Modificam sensivelmente a paisagem urbana, que fica entulhada desses objetos de metal e vidro opaco quando poderia ser dominada por árvores, pessoas conversando, crianças brincando, obras arquitetônicas, arte urbana, paisagismo, montanhas, horizonte de vida.
- Ao proporcionar deslocamentos com pouco esforço e muitos privilégios, estimulam comportamentos infantis, típicos de crianças mimadas.
- Favorecem o sedentarismo, aumentam a preguiça, a obesidade e a incidência de doenças cardíacas e distúrbios do aparelho digestivo.
- Dispondo de equipamentos que podem ser usados para agredir, estimulam a intolerância e promovem uma lógica egocêntrica de ocupação do espaço comum.
- Contando com fortes incentivos e subsídios públicos, colaboram para a perda da prática de caminhar, provocando a desertificação das ruas e consequente aumento da sensação de insegurança, o que naturalmente alimenta a indústria do medo, para a alegria de uns poucos.
- Pelos mesmos motivos, com as caminhadas cada vez mais raras, comprometem o acesso a pequenos comércios e serviços locais, provocando o desaparecimento desse tipo de atividade econômica e a migração dessa demanda para grandes empreendimentos comerciais, para a alegria de uns mais poucos ainda, aumentando a desigualdade econômica e social.
Portanto, aí está. Seja bem-vindo à cidade do futuro!
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